segunda-feira, 12 de julho de 2010

Chef Jóinha: receita para uma reunião legal


Uma das premissas para a existência de uma reunião é a de que ela deve ser chata. Não existem reuniões legais – legais do tipo maneiras. E geralmente as pessoas que participam das reuniões também não são legais. E se são, se adéquam à chatice para que não as descubram como invasoras ou como um inconveniente ou até mesmo como espiãs.

Bom, mas eu darei em primeira mão o segredo para deixar uma reunião joinha, supimpa, bacana – ao contrário das expressões utilizadas como sinônimos de legal.

Ingredientes: um (ou mais, mas não pode virar bagunça!) japonês que não fale claramente o português; outros brasileiros que tenham pouca capacidade em decifrar as palavras proferidas por um japonês que fale mal a língua daqui. Cadeiras, mesa, cafezinho, canetas e uma pauta são meros “supérfluos necessários”.

Pronto. Só isso. Não sai tão caro. O difícil mesmo é achar o japonês. Dia desses eu estive em uma reunião legal. Reunião legal, para aqueles que ainda não captaram: reunião com japoneses e brasileiros.

Papo vai, papo vem. Papo não. Não fica formal. Não fica chato. Asseverações e declarações vão, afirmativas e ponderações vêm então o japonês começa a fazer o uso das palavras para explicar suas necessidades como feirante em Bagé. Eu já havia falado que pauta era supérfluo, por isso só agora aparece a informação de que a reunião tratava sobre a Feira Livre de Bagé.

O sotaque é complicadíssimo, mas com alguns franzires de testa as pessoas vão entendo o “nipoportuguês”.

Até que...
Até que...
Até que...

O japonês solta: “preciso que me ajudem na ‘ereção’ do presidente da Feira”. Não preciso nem dizer, mas vou dizer: os rostos na sala foram de ... sabe quando se mistura um apavoramento total com uma incredulidade completa? Mas tratava-se de uma reunião política. Logo, trataram de refazer a compostura.

Um deles não conseguiu. Fiel partidarista, logo se ajoelhou e gritou por mais de uma vez: “É o milagre do crescimento! É o milagre do crescimento!”. Neste tempinho, os demais rapidamente tiraram notas altas do bolso com vistas a comprar uns comprimidos azuis para, de fato, ajudar a ereção do presidente. Estava ao alcance deles.

Mas eis que pensaram e fizeram uma bobagem - perguntaram: “de que ajuda o senhor precisa?”. Veio a resposta nipônica: “ajuda na ‘ereição’ do presidente”. Ah, não conseguia pronunciar a letra “L”. Era uma espécie de Cebolinha às avessas. Ele queria somente ajuda para organizar uma eleição de presidente da Feira.

Todos, sem exceção, murcharam. Agora seria muito mais difícil ajudar o japonês.

3 comentários:

  1. Olha só...eu como mera assessora e participante desta reunião vi que realmente algumas reuniões se tornam menos cansativas e menos chatas quando existe um japonês no meio, mas com todos essas falas ainda continuo tentando compreender o "nipoportuguês"...hehehehe
    MELINA GOMES.

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  2. Toda reunião deveria ter um japones neh?
    mto bom.

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  3. Eita Japa LOUCO!!
    Dizem as más linguas que dessa reunião participou também um amigo que se orgulha de comer uma paella especial de LULA com PIMENTA!!!
    Esse sim sabe o que é o milagre do crescimento!!!!
    hahaha
    THCP

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